Coisas de Escuteiro VI

Dia 20 de Março, Limpar Portugal

Depois de um inverno rigoroso o simples facto da chegada da Primavera, por si só, já é algo reconfortante. Programei o dia de uma forma especial dedicando-me a uma máxima, quando abracei o CNE e me põe “Sempre Alerta para Servir” e aderi, com o meu agrupamento, ao projecto “Limpar Portugal”.
O dia começou chuvoso mas isso não impediu que às 9horas da manhã (eu um pouco mais atrasado :) o grupo se juntasse e desse início à actividade deslocando-se para os locais onde se encontram as lixeiras a céu aberto para se começarem os trabalhos.
O panorama é notoriamente triste e desolador… simplesmente aberrante!
Qualquer um já teve, certamente, a oportunidade de observar as lixeiras a céu aberto e as múltiplas sensações de mau estar que isso causa, agora, embrenharmo-nos no meio do lixo e tentar removê-lo… é algo indescritível! Múltiplas interrogações assolam constantemente as nossas mentes porque, pura e simplesmente, se encontra ali de tudo! Vidro, madeira, cartão, papel, metal, materiais menos perigosos, perigosos, extremamente perigosos, lixo metido em sacos de plástico, de todas as espécies ( lixo de cozinha, das casas de banho… enfim tudo). Os monos são a perder de vista tal como o trabalho que dá removê-los desses locais… será que os “monos” humanos, autênticos assassinos do ambiente não conhecem a reciclagem? que estão a falhar gravemente em relação a todos e a eles próprios? Será que já pensaram que porventura é mais simples deixar o lixo nos sítios adequados? Que existem serviços ao nível das autarquias para recolher os monstros maiores que findaram com a sua missão de nos servir? Que… que … que…???
Algo que me deixou especialmente chocado foi perceber que a dada altura, num saco de plástico, estivesse um animal em avançado estado de decomposição, dado o cheiro que se começou a fazer sentir :( se calhar de algum animal de estimação que não teve sequer a dignidade de poder ser enterrado conforme convém. Depois, é um enigma as pessoas sujeitarem-se a levar o lixo para zonas distantes, com relativo grau de inacessibilidade, quando têm quase que certo, contentores ao pé da porta? Isto dá pano para mangas e podia-se dar início a mais uma tese, mas vou parar por aqui!
Concluindo, depois de muito lixo recolhido, creio que o mais importante foi levar os miúdos a tomarem contacto com o “pesadelo” e a sua sensibilização para um problema que tem de parar urgentemente! Já agora, penso que seria muito importante uma atitude diferente por parte do Estado, e se calhar, por parte dos Meios de Comunicação Social através de campanhas bem feitas, dirigidas às pessoas, a incidir concretamente neste problema das lixeiras a céu aberto.
Pode ser que um dia destes, ao passear pelas nossas florestas reparemos nelas puramente como florestas, livres de todos os acessórios e aparatos que a espécie humana um dia descartou de forma totalmente irresponsável.
Seguem algumas fotos da desgraça…





Fotos: JLima

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